Animação Cultural: uma escolha de vida

A Animação Cultural é fundamentalmente um processo de intervenção que se constitui “a favor”, não necessariamente “contra” algo. É pensar uma iniciativa de “alfabetização” cultural em várias vias. Não é só para a escrita que somos educados cotidianamente, como também para os sons, olhares, paladares, sensações em geral. (Melo, 2004)

domingo, 25 de julho de 2010

Animação Cultural: novas perspectivas para o mercado de trabalho no Brasil

Escola, indústria cultural e animação cultural...

            Ao completar o quinto ano consecutivo de estudos sobre os conceitos, práticas e dinâmicas que envolvem a participação da figura emblemática do animador cultural em terras brasileiras, verifica-se como base identitária para a sua atuação o ambiente escolar. Num período transitório e conturbado das relações políticas do Brasil pós-ditadura militar, suas ações que estiveram entre as décadas de 20 e 60 do século passado a serviço do controle social, disfarçado de atividades recreacionais para o entretenimento, o lazer e a melhoria da qualidade de vida da população brasileira, passaria a partir da década 80, deste mesmo século inevitavelmente por novas e importantes mutações em sua identidade sociocultural.
            Deste modo, suas funções antes relacionadas à recreação e confundidas com o profissional de educação física tomaria novos caminhos e, estariam assim em busca de identidade própria e, sob as régias de novos conceitos capazes de responder com mais assertividade as necessidades atuais desta classe de trabalhadores da cultura.
            Será necessária uma abordagem vanguardista deslocada do eixo tradicional regulador das políticas públicas educacionais do país, para que se pudessem propor novos olhares sobre o tema e, assim avançar rumos as novas perspectivas. Neste contexto a escola deveria ser vista e entendida como mecanismo deflagrador de experiências na formação do indivíduo autônomo, capaz de resistir às investidas da indústria cultural e sua fórmula uniformizante das relações sociais.
            Segundo TEZZARI, a escola só admite a liberdade do sempre igual, e a classifica como medíocre, pois em sua concepção o que realmente marca o ser humano é na verdade a quebra da repetição e, será justamente no imponderável, no imprevisível que se dá a liberdade humana. Talvez seja neste ponto que resida o princípio básico conflitante entre a animação cultural e a escola. O pesquisador português Bruno Calheiros define a animação cultural como uma forma de educação não formal, aberta as necessidades da comunidade, cuja dinâmica participativa vai determinar de que maneira a interação social acontece, numa ação sociopedagógica que visa o despertar da razão e a tomada da consciência do indivíduo para as transformações sociais individuais, coletivas e nos conflitos de interesses.
            A reificação do indivíduo patrocinado pela indústria cultural, que o descaracteriza como sujeito próprio e o condiciona cada vez mais a posição de objeto, é evidenciado na ausência de afeto nas relações sociais, não permitindo uma tomada de consciência do ser coletivo. Inevitavelmente a escola será a grande responsável pela sua difusão, evidenciada na maneira como trata todo seu conteúdo programático, que como colchas de retalhos fragmentadas e desconexas são impostas para serem decoradas, sem qualquer possibilidade de reflexão.  A escola ao apropriar-se destes conteúdos, os retransmitem sem abrir a novas perspectivas e novos olhares.
            Numa tentativa de legitimar o escopo da indústria cultural, a escola acaba por reproduzir o mesmo modelo totalizante responsável pela homogeneização de hábitos, costumes, crenças e pensamentos da sociedade contemporânea. Será neste contexto que animação cultural encontrará seu campo de batalha e, consequentemente seus maiores desafios. Partindo do pressuposto que a animação cultural tem por função primária a mediação dos bens culturais e, que esta não acontece sem a intervenção necessária junto às estruturas da sociedade a que ela se dispõe, rompamos com os velhos preconceitos que ecoam ainda em terras brasileiras que concebem como função de animador cultural a caricatura de recreadores e festeiros de plantão, sempre descontextualizados da realidade.

domingo, 13 de junho de 2010

Envie sua experiência em Animação Cultural para o blog

(Projeto "Vacinação Poética" parceria da Animação Cultural e o Departamento de Literatura da Fundação Cultural Jornalista oswaldo Lima em Campos dos Goytacazes - RJ/Brasil)
Faça um resumo do seu projeto de Animção Cultural e nos envie e estaremos publicando em nosso Blog. Participe e troque na comunidade experiências de como estão acontecendo as intervenções da animação cultural nos mais diversos segmentos da sociedade. Escolas, museus, casas de cultura e comunidades em geral são campos importantes para o trabalho do animador cultural. 

Heidenfelder participa de forum internacional de animação cultural

O presidente-fundador do CEACDarcy Wilson Heidenfelder participa do Forum Eletrônico da Ria - Red Iberoamaricano de Animación Sociocultural. Um debate sobre o jogo na formação do indivíduo autonômo e sua participação na sociedade contemporanea.

sábado, 15 de maio de 2010

Animação Cultural e Pedagogia para alunas do normal superior

A convite do Centro de Ciência do Homem da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro o presidente-fundador do CEACDARCY, o animador cultural Wilson Heidenfelder proferiu palestra (dia 04 de maio) para as alunas do Curso de Normal Superior das escolas ISEPAM e Colégio Estadual João Pessoa em Campos dos Goytacazes. Com o tema "Animação Cultural e Pedagogia" Wilson abre uma discussão sobre práticas e conceitos da animação cultural no processo pedagógico, numa tentativa de ampliar o conhecimento das ações e ferramentas da animação em benefício do processo de aprendizagem do aluno da rede pública de Educação no Brasil. 

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Presidente do CeacDarcy fala com Gestores Públicos de Conceição de Macabú/RJ

O presidente-fundador do Centro de Estudos em Animação Cultural Darcy Ribeiro, o animador cultural Wilson Heidenfelder ministrou palestra sobre "Animação Cultural e Gestão Pública: Desafios da Educação Pública do Terceiro Milênio" na cidade do Norte Fluminense de Conceição de Macabú (dia 17 de abril). O evento organizado pela Empresa de Recursos Humanos Tom Sobre Tom foi destinado aos professores, pedagogos e diretores das escolas públicas daquele município. Como parte do Programa de Qualificação em Animação Cultural do centro, a palestra despertou grande interesse dos participantes do encontro que discutiu entre outras coisas a importãncia do trabalho do animador cultural enquanto parte integrante do projeto pedagógico com vistas a uma educação de melhor qualidade e de resultados.

domingo, 25 de abril de 2010

Reflexâo I


Animação Cultural e os Estudos Culturais
Deve-se primeiro entender que cultura não pode ser encarada de forma homogênea e uniforme, suas definições sofrem constantemente mutações em função das relações de poder no decorrer do tempo, dos interesses envolvidos, nos embates e tensões vivenciadas pelos atores sociais. A partir da metade do século XX a cultura passa a ser compreendida de uma forma amplificada, como um modo de se viver, como um conjunto de normas, hábitos e valores. Sensibilidades que concedem o direito à vida em comunidade e parte essencial da vida moderna, que reside na força e na influência dos meios de comunicação de massa e na difusão cultural, esta é, a consolidação do que Guy Debord (1997) determina como “sociedade do espetáculo”.
              Os Estudos Culturais surgem como Animação Cultural, diz o professor Melo3– “Creio inclusive que a Animação Cultural pode resgatar alguns projetos originais dos Estudos Culturais, de certa forma esquecidos, abandonados ou hoje menos valorizados em função dos caminhos pelos quais, essa outrora ‘não disciplina’ vêm percorrendo.” Pensadores dos Estudos Culturais como Willians e Thompson se debatiam contra uma tradição que separava a cultura do âmbito da política e da economia. Estes afirmavam ser a cultura um agente com uma função social nestas duas esferas de poder, sendo um campo validado pelas lutas e resistências, ainda mais necessárias e fortalecidas na contemporaneidade.
            Não se poderá entender o processo de mutação que estamos vivenciando limitando o pensamento das revoluções democráticas, industriais e culturais sendo realizadas separadamente, ou seja, em bloco. Todo o tecido social está sendo profundamente afetado pelo progresso da democracia, da indústria e pela extensão propagada pelos meios de comunicação de massa, afirma Cevasco.Desta maneira, os bens culturais deverão ser também compreendidos no interior da lógica de produção, sempre relacionados a valores e sensibilidades que permitam uma vivência harmoniosa e concreta na sociedade. O desafio será então o de criar condições para que todos possam ter acesso aos produtos culturais, disseminando o pensamento que as camadas populares também participam da cadeia produtiva de bens culturais e que, então não serão apenas consumidores (quando permitidos) destes mesmos bens.
(continua)

3 Victor de Andrade Melo, professor da UFRJ, coordenador do Grupo de pesquisa “Lazer e Minorias Sociais”. Maiores informações sobre o grupo pelo site: www.lazer.eefd.ufrj.br.

Conselho Diretor do CEACDarcy prepara posse de novos membros

Novos membros estão chegando ao CEACDarcy. Cumprindo o Estatuto da entidade, foram apresentados por três membros fundadores do centro novos nomes de animadores culturais em atividade na região do Norte e Noroeste Fluminense. São cerca de vinte indicações que receberam aprovação do conselho diretor da entidade. Próximo passo será a organização do evento de posse que deve acontecer ainda neste primeiro semestre de 2010. Que sejam bem vindos ao grupo! 

terça-feira, 6 de abril de 2010

Animação Cultural: rumo a novas perspectivas...



Quais os caminhos que nos levam ao mágico de OZ? Será a estrada dos tijolos amarelos? O que devemos levar em nossa bagagem? O que devemos esperar no meio do caminho? Até porque tinha uma pedra no meio do caminho... no meio do caminh tinha uma pedra.
Assim todos os dias nos perguntamos onde queremos chegar com esse trabalho de animadores culturais. Mais ainda , queremos saber qual será esse trabalho, a quem se destina e se realmente é importante. Basta olharmos a nossa volta e percebemos o quanto nós humanos temos perdido de oportunidades de aprendermos e apreendermos novas coisas. 
Animação cultural só terá valor se transmutado de sua posição de nércia e com a força criativa e a sensibilidade propor mudar  o mundo. Ideologia, eu quero uma pra viver, já dizia Cazuza.

 
Cidadania é a palavra chave, cidadão o ator principal do espetáculo de um ato só chamadoVIDA. Somos responsáveis por tudo aquilo que cultivamos.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Red Iberoamericana de Animação Cultural prepara novo congresso

A Red Iberoamericana de Animacion Sociocultural que reúne países da Europa e América Latina realiza na cidade de Buenos Aires (Argentina) em outubro de 2010 seu III Congresso Iberoamericano de Animación Sociocultural. Animadores Culturais destes países estarão debatendo as novas práticas e perspectivas da animação cultural em seus diversos seguimentos de atuação. Mesas redondas, exposição de painéis, debates e palestras estão previstas para os quatro dias de evento.

domingo, 28 de março de 2010

Grupo de Estudos entra em sua terceira fase de atuação


O Grupo de Estudos em Animação Cultural Escolar do Pólo Regional Arte na Escola, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Campos/RJ - Brasil) entra em sua terceira fase de atuação ao completar quatro anos de atividades. Formado por animadores culturais concursados do município de Campos dos Goytacazes (primeiro a realizar concurso público no Brasil) o grupo se prepara para lançar a cartilha "Animação Cultural Escolar... diálogos possíveis: Com a escola e a Comunidade" A cartilha é fruto de mais de dois anos de pesquisa realizada pelos animadores e, tem por finalidade promover entre educadores, gestores escolares e animadores culturais uma reflexão entorno do papel e da contribuição da animação cultural no ambiente escolar. Vale esperar!!!