Animação Cultural: uma escolha de vida

A Animação Cultural é fundamentalmente um processo de intervenção que se constitui “a favor”, não necessariamente “contra” algo. É pensar uma iniciativa de “alfabetização” cultural em várias vias. Não é só para a escrita que somos educados cotidianamente, como também para os sons, olhares, paladares, sensações em geral. (Melo, 2004)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

O Perfil do Animador Cultural


Talvez não nos caiba traçar o que seria o perfil do animador cultural, exatamente por conta de todas as suas especificidades, porém, sua atuação exige alguns atributos necessários á sua prática. Estar animado, antes mesmo de pretender animar qualquer ambiente em que se encontra, revela Cavalcanti (2007), deverá ser primordial. Estar entusiasmado com o que a vida lhe oferece. Ter autoconfiança, agir com empatia e simplicidade junto ao grupo a que pertence. Pensar globalmente, mas agir localmente aproximando pessoas, convivências e histórias. Valorizar a cultura do indivíduo e conduzi-lo à participação coletiva na sociedade. Propor sempre um diálogo aberto, fraterno e consciencioso, não predeterminar caminhos a serem seguidos, mas, conduzir com habilidade, dinamismo e clareza de objetivos aqueles que necessitam de sua atuação. Também precisa ser um mediador/catalisador capaz de intervir, de antecipar, de tomar a iniciativa em favor do grupo. Como agente problematizador ter sempre aguçado o senso crítico e despertar no grupo esse sentimento. Promover a participação coletiva e individual do sujeito no estado democrático. É, imprescindível estar sempre plugado a realidade do grupo, contextualizando sua participação, ouvindo seus apontamentos e necessidades. Descobrir talentos, facilitar acesso e otimizar recursos em favor do grupo e, assim, ultrapassar os limites dos muros, ampliar o tráfego nesta “ponte com via de mão dupla” sinalizada pelo professor e antropólogo Darcy Ribeiro ao falar da importância da participação da animação cultural na vida social, seja ela na escola, ou em qualquer outro espaço onde haja gente/humano.
Mas, sobretudo acreditar. Não há prática de animação cultural por parte daqueles que não acreditem em uma proposta e gostem de atuar como animadores culturais, pois seu trabalho será sempre reflexo de seus valores, conceitos e atributos mais íntimos. Não haverá transformação do grupo, se esta não refletir a transformação do agente incentivador, o animador cultural.
por Wilson Heidenfelder
Presidente 
Centro de Estudos em Animação Cultural Darcy Ribeiro
(fragmento do artigo extraído do livro do Congresso de Animadores/as - Profissão e Profissionalização dos animadores culturais. Aveiro/Portugal.2010)

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